Na última semana (abril de 2025), tive o privilégio de participar de um dos maiores eventos de tecnologia e inovação do país, o South Summit RS. Palcos grandiosos, ideias disruptivas, alguns estandes futuristas, água mineral com e sem gás em lata, cafés bem tirados… e um assunto unânime: Inteligência Artificial.
Era quase impossível passar por uma palestra, painel ou conversa de corredor sem esbarrar em termos como machine learning, chatbots, automação preditiva ou modelos generativos. O clima era de encantamento e, ao mesmo tempo, de inquietação. Era como se estivéssemos todos diante de uma revolução silenciosa, que já começou — e que não tem volta.
Em um desses momentos, parei na cafeteria do evento para recarregar as energias e passei por uma brincadeira muito boa com a atendente:
- Um cáfe, por favor!
- Com ou sem IA? – ela respondeu, em tom de piada.
Rimos juntos, claro. Mas a verdade é que a pergunta fazia sentido.
Hoje, tudo tem IA. Do feed de notícias que consumimos ao algoritmo que define o tempo de entrega de um pedido no aplicativo. Da música que nos é sugerida ao relatório que chega na nossa caixa de entrada, antes mesmo de pedirmos. Este texto, inclusive, poderia ter sido tranquilamente escrito por uma IA.
Alguns dados para dimensionar isso:
- 77% das empresas já usam IA ou estão explorando ativamente como implementá-la (segundo a IBM).
- 44% das tarefas no mundo corporativo já podem ser automatizadas com IA (McKinsey).
- Mais de 1 bilhão de pessoas já usam IA sem perceber — em assistentes de voz, câmeras de smartphones, redes sociais, etc.
Mas o mais impressionante não é o quanto a IA já está presente. É o ritmo com que ela está se integrando ao nosso dia a dia, mudando a forma como trabalhamos, criamos, nos relacionamos e tomamos decisões.
Estamos vivendo uma era onde a tecnologia deixou de ser apenas uma ferramenta. Ela se tornou uma extensão da nossa criatividade, do nosso tempo, da nossa visão de mundo.
E nesse cenário, a pergunta que antes soava como piada começa a ganhar novas camadas:
Você prefere um café com ou sem IA?
Porque, no fundo, não estamos falando só de tecnologia. Estamos falando de escolha, de adaptação, de olhar para o futuro com curiosidade — e não com medo.
A IA está aí. E o mais inspirador é saber que, apesar de todo o seu poder, a Inteligência Artificial ainda depende da Inteligência Humana para fazer sentido.